Hão-de ter
reparado que informei de novos conteúdos, sobretudo musicais, as mensagens, não
apenas os transformando como até fazendo passar alguns a inexistidos, assim
provando que aqueles podem ser alterados, esvaziados, substituídos, mantendo-se
as mesmas datas. A verdade pode ser apagada, querendo optar pelo silêncio ou
por uma forma sublimada de a comunicar, o que a música elevadamente serve.
Pode
criar-se também a aparência de uma verdade, informar um vazio de mensagem,
vazio criado por texto que se apagou ou que nunca existiu, para fortalecer uma
mentira como verdade, sustentada nas mesmas formas neste segundo caso usadas
para falsificação temporal não para exprimir a verdade de outra maneira mas
pura e simplesmente para modificar a verdade.
Por este
último facto, não posso ungir com os panos da minha piedade, com o óleo do
silêncio o seu rosto ferido. Na realidade, as feridas do seu rosto mais não são
do que carimbos, dele não escorre sangue e nem mesmo a tinta aqui é metáfora
para sangue - carimbos que alguém sobre ele estampou. Não é o mesmo que
cicatrizes ou desfiguração.
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